domingo, 15 de maio de 2016

Um poema de Jennifer Tseng.

To the sea/Ao mar.

His life a lash on the horizon.
His eyes, two raindrops fallen at last to the sea,
have joined the others, the lost visions, lost waves.
Of all the dead, there is something in the sea,
if one could sip each drop discretely one would taste
prodigies riding on Ferris wheels, prisoners painting
estuaries in green, generals kneeling at the salt-stained
feet of peasants, women making ardent love to women.
Part of every drowned desire, its indestructible source,
appears in the form of a stranger willing to change us.
He had been striving for years, he died desiring
vexed to the end by strangers within, without.

Sua vida um cílio no horizonte.
Seus olhos, duas gotas de chuva que unidas finalmente ao mar,
se juntaram às outras, às visões perdidas, ondas perdidas.
De todos os mortos, há algo no mar,
se um pudesse sorver cada gota discretamente, sentiria o gosto
de prodígios montando a Roda Gigante, prisioneiros pintando
estuários de verde, generais de joelho aos pés manchados de sal
de camponeses, mulheres fazendo amor fogosamente
com outras mulheres.
Uma parte de cada desejo afogado, sua fonte indestrutível,
aparece na forma de um forasteiro que quer nos mudar.
Ele passou muitos anos buscando, morreu desejando,
conturbado até o final por forasteiros de dentro, de fora.

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