traduzido por mim (e desculpem porque aqui aparece para vcs
desformatado... espero logo publicar em outro lugar tudo direitinho!!)
Anjos não visitam a reserva.
Morcegos, talvez, ou corujas, coisinhas quadradas e manchadas.
Coiotes, também. Todos querem dizer o mesmo -
morte. E a morte come os anjos, eu suponho, porque nunca vi um anjo
sobrevoar este vale.
Gabriel? Nunca ouvi falar dele. Embora conheça um cara chamado Gabe -
ele passou por aqui num powwow e acabou ficando, típica
coisa
de índio. Claro que tinha asas, como todos os que voam
de cárcere em cárcere. Ele voa em carros roubados. E onde quer
que ele pare, crianças crescem como abóboras nas barrigas de mulheres.
Como já disse, índio nenhum, que eu saiba, fosse ou visse alguma vez um anjo.
Talvez numa peça de Natal ou algo parecido -
a igreja Nazarena faz uma todo dezembro
organizada pela esposa do Pastor John. Surpresa nenhuma
que o filho do Pastor John faça o papel do anjo - todos sabem que anjos são
brancos.
Pare de se incomodar com os anjos, digo eu. Não fazem bem para os índios.
Se lembra da última vez que um deus branco veio boiando através do oceano?
Verdade é, talvez haja anjos, mas se os há, lá em cimão,
vivendo nas nuvens ou sentados em tronos do outro lado do mar
vestindo roupões de veludo e anéis de ouro, bebendo uísque de xícaras de prata,
é melhor para nós que lá permaneçam, ricos e gordos e feios e
exatamente onde se encontram - em seus próprios e distantes céus.
Você deve torcer para não ver anjos na rez. Porque se os vê, é
porque estão
te embalando para a marcha,
para Zion, Oklahoma, ou qualquer outro inferno inventado
especificamente para nós.
* https://www.poetryfoundation.org/poems/56353/abecedarian-requiring-further-examination-of-anglikan-seraphym-subjugation-of-a-wild-indian-rezervation
Nenhum comentário:
Postar um comentário