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quinta-feira, 29 de abril de 2021
quarta-feira, 28 de abril de 2021
Sign Language Barbie/ Barbie LIBRAS
Barbie flutua no centro do palco
em seu vestido cor-de-rosa, seu marido,
um rosto de papel forçando um sorriso.
Ele se desespera ao tentar se lembrar
do miolo do discurso
que fará a esposa-boneca.
Barbie torce a boca numa careta momentânea,
não querendo parecer muito confiante,
as luzes que lhe farão um halo, o comportamento
desvairado do marido dela, a cara que vai ficando roxo
em sua nuvem carregada de mentiras.
Então a Barbie se lembra do dever -
sinalizar para quem não consegue ouvir
- e que tem também uma imagem para recuperar,
e as multidões que a aguardam,
enquanto mastigam amendoim ou
pipoca.
Lembra-se também do encanto discreto
das caridosas, como aquelas damas inglesas
em um filme que viu uma vez, polidas nas gentis artes
da distração, que disfarçavam tão bem seu nojo
pelas criadas. Os generais da época andavam
a cavalo, levantavam seus óculos para ler mapas,
escreviam para casa, para mulheres em vestidos longos
e luvas
brancas. Barbie nunca leu um romance
britânico, nem mesmo um livro de
etiqueta,
mas jura que dominou tudo por intuição,
e pelas viagens frequentes ao estilista top.
Neste admirável mundo novo, a Mattel agora
oferece uma Barbie pastora, com ovelhas
e pastagens de plástico, um Ciclope para conquistar
e até o Rambo Ken que pode se transformar
em um homem de verdade, pronto para puxar sua arma
na primeira briga de trânsito.
Mas a Barbie Libras é um problema: como se obter os
múltiplos movimentos de pulsos e dedos,
fabricar mãos que varrem suavemente para cima
e para baixo em gestos não muito robóticos.
A Mattel mobiliza seu exército de engenheiros,
esperando que esta Barbie traga boas vendas
para um mercado em queda, hoje que as garotas
estão sempre querendo da vida
coisa demais.
SIGN LANGUAGE BARBIE
Barbie floats center stage in her pink
dress,
her paper-faced husband forcing a
smile. He is struggling
to remember the gist of the speech
she 'll deliver.
Barbie twists her mouth in momentary
grimace,
not wanting to come off too self-assured,
the lights that will
halo her, the clumsy demeanor of
her husband, so purple
and
smothered in his raincloud of fibs. But then
she's reminded of duty, how she signs to
those
who can't hear, of the image to
recover
and the peanut -crunching
crowd. The irresistible
charm of the charitable,
like those English ladies
in
a film she once saw, so polished in gentle arts of
distraction, so promptly
disguising their scorn for the handmaids.
The generals all rode horses back then, raised
their monocles
to
read maps, wrote home to women in long white dresses
and gloves. She has never read a
British novel,
not even a book of etiquette but
swears
she
has mastered it all by intuition, and the frequent trips
to
her top-notch stylist. In this brave new world,
Mattel now offers plastic sheep and
pastures, a Cyclops
to
conquer and even Rambo Ken who can morph
into a real man, ready to pull his gun at
the first traffic fight.
Yet
this Barbie has issues: how to fabricate the multiple
movements of wrists and
fingers, make hands that sweep
softly up and down in gestures not too
robotic.
Mattel calls its engineer army into action,
hoping this Barbie can bring good sales
to a falling market,
one
where girls are always wanting more out of life. After all,
has she not come in the flesh of a savior, someone chosen
to return to the unborn their value, quiet to the streets,
and a choir of angels to home and hearth?
(original em inglês e tradução ao português : Miriam Adelman)
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