sexta-feira, 26 de abril de 2024

LARANJAIS E CONTOS DE FADAS Diane Wakoski

 

A casinha de bonecas de papel, quase invisível

no mar de laranjais, iluminado apenas pelas chamas

oscilantes de um incêndio de lixo

A casinha de salto alto, molhada pelo surfista

de cabelos loiros, iluminada apenas pela

luz do luar, refletida num Frisbee

A casa dos marinheiros e dos bêbados,

a casa onde a menina se escondeu num armário com seu livro,

a casa com flamingos cor de rosa no espelho da sala

a casa onde o piano se erguia rigidamente como uma solteirona

sentada num baile

Estas casas nunca tinham escadarias espaçosas

ou prata nos aparadores, nunca tinham

Steinways pretos, suas tampas abertas

à seda e à fumaça do charuto,

nunca tinham quartos cobertos de

estantes de livros, com carvalho velho, couro,

nenhum vinho do porto numa cava, e ela nem era

a menina do papai, apenas uma criança em forma de xale,

tornozelos e pulsos grossos, criança idosa,

uma pequena bruxa

em uma casinha,

na floresta - na verdade,

no sul da Califórnia o nome é

laranjal.


tradução:  Miriam Adelman


Para ver o original:

https://www.rattle.com/orange-groves-fairy-tales-by-diane-wakoski/

sábado, 13 de abril de 2024

Young lady on a white horse.

 

 

Young lady on white horse

 

Stopping dead in her tracks

I couldn’t tell if it was acquiescence

Or reproach.  Still I shot – I was new to the trade

Avid hunter of images  and what could be

More perfect:  the light reflecting up from

The white of a mane and flooding her

Face,  its pride or consternation.   A mare

With a wide chest.  Their clarity amidst

A blur of other bodies.  A blur of green bushes

I turned into all those tones of grey.

That was long ago.   Young but already

Bending into the wicked curves of the road

At full gallop.  Late lunch at the church

And men downing their beers, laughing and

Gurgling into the overcast afternoon.   She’s

Looking down at me now, still enigma.

Still my best shot ever.

 


 


LARANJAIS E CONTOS DE FADAS Diane Wakoski

  A casinha de bonecas de papel, quase invisível no mar de laranjais, iluminado apenas pelas chamas oscilantes de um incêndio de lixo ...