quarta-feira, 30 de junho de 2021

Pequenos poema-exercícios para as amigas fotógrafas

 


 


botas e barreiras

máscaras uniformadas

quem é de outro mundo

quem é do passado

mundo incendiado

não

    haverá

             nunca

um normal

estamos nas ruínas

corpos

militares

bandeiras

holocaustos

emergências sem fim

a volta dos sonâmbulos

       socorro!

inundações

gelos

  e

multidões

mãos e dispositivos

fome

floresta

o torvelinho tecnológico

tudo já foi consumido

tudo nos consome


*******

pés ao sol

costas contra o céu

uma mulher

          na água

             no espelho

                na tarde

de outras mãos

mais água

mãos que fecham

  os olhos

o dia acaba

e nasce 

         floresce




sabrina:

 

ela

tem lente

ela

tem olhos

ela

tem mãos

ela

  capta

toda a tristeza

   do mundo

e faz brotar

  um rio

uma semente

 


michelle:

 

ela navega os mares

viaja para o umbigo do mundo

 e volta

ela reconstrói os barcos

 que as ondas

e o vento

jogaram contra as rochas

ela vê as cobras que andam nas rochas

 as medusas     ela

escuta as sereias

não precisa ter medo

medo ela não tem

o medo que a outros e outras

   retém

ela peita

sem perder a ternura

    jamais.

 



fernanda:

 

ela sabe o segredo:

o mundo não é generoso

com as que pensam

       enfrentam

   não abaixam o olhar

quantos anos leva

   construir

das muitas sabedorias

   uma ponte?

tem para isso uma

   lente, duas mãos, ou

quatro?  ela aprende

      com a vida

é isso  chama-se

   coragem

 

 

lupe:

 

ela anda

   pelos corredores

de uma casa finita

ela sai

   pro mundo

ela carrega

   o peso

do mundo

  nas suas costas

ela molda

  o mundo

com as mãos

com os filhos que

 grudam nela

 com a simples  e repetida palavra

      “mãe”

ela abre as mãos para a chuva

colhe as águas  

nos abre os olhos

 




 

 


segunda-feira, 28 de junho de 2021

Noi non andiamo mai al cinema (poesia per l'era della pandemia)

 Estou estudando italiano, lendo mestrxs como Pavese e Cavalli.  Que tanto inspiram, que ousei brincar com  'una mia creazione'... (se alguém tem sugestão ou correção, é só falar!)


Noi non andiamo mai al cinema

Nè al parco con i nostri cani

Nè in piazza a guardare i giovani

        e le giovane

Con i loro skateboard e le loro chiacchiere inutili.

  `E  la vita che vuole passarci accanto

E ci spettegola  ci parla che è solo una pandemia piccola

    o temporanea

Un fugace momento in cui abbiamo perso la ruota

O un ciclo della natura que vuole vendicarsi

A causa della nostra stupidità

A causa della nostra testardaggine

    O perché abbiamo dimenticato

           come sopravvivere al freddo –

 

Dicono que passerà, tutto finito

E che tutto tornerà come  prima

Uomini che vanno e vengono

Le donne diventano impazienti

      si irritano al morso

Perché il mondo doveva già essere cambiato

 

Dicono mille cose perché tutti giorni

Qualcuno torna da una guerra

Con una gamba sola e zoppicante

E qualcun altro,

Dal giorno o dalla notte

      più felice della sua vita

 

Dicono mile cose perché finalmente

é facile parlare o scrivere

      qualsiasi stronzata

 Gli umani vanno avanti cosí -

     come se fossero bravi

     come se mangiassero

     semplicemente il pane mattutino -

Mostrano la faccia e le carte

   più mostruose

La cieca immediatezza

La cartografia più miope

Mentre le barche e gli aeri affondano

     in alto mare

o nel porto più vicino.






 

 

 

 

 

 

Farmers’ market (w-i-p )

  Farmers’ market   Though the brown bags of organic rice dwindle and cost us um olho da cara       bananas are stacked in full corn...