("bringing words together") poesia, crônica, fotografia, tradução//poetry, stories, photography, translation ///// /// ©miriamadelman2020 Unauthorized reproduction of material from this blog is expressly prohibited
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
domingo, 21 de outubro de 2018
water
i would
wish you luck if i could.
if desire
were not in the picture,
in the wind.
if talk were cheap.
if the
pools of water reflected
nothing. thick veil it is that
pulls the rain over the
city, this one that you once
dreamed
of, this one in which
i almost
drowned. so thanks be there
to some
unbroken goddess that
we still got our day of sunshine, the
silver
respite of the road, our chariot
of
galloping ponies fit neither for tropics
nor northern woodlands. as we lay
in the
clearing i thought for a moment
we might
find some berries, share
the red juice dribble over drying leaves,
a return
amid the thick amber
dust, taking
perhaps the longest
path
homeward. now it is
this water
that sends me out
again into
the thickness, hands
and breath
moving counter to despair
seeking
short or connected acts of
survival, and
there is no lifeboat you can
take to
reach me, here on the brink of
this sea
that is our mother, her daughters
rising
higher than the tide
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
Tales of one city (uma crônica em elaboração)
TALES OF ONE CITY (uma crônica em fase de elaboração)
Nem preciso dizer que a palavra 'feminismo' era anátema. Na época, porém, eu me dedicava à pesquisa que nesse tempo pertencia a meu projeto de doutorado. Era sobre 'relações de poder no casamento'. Assim, mesmo sem carro e sem conhecer bem a cidade, eu pegava ônibus para cima e para baixo, gravando entrevistas com mulheres de 'classe média' e 'classe trabalhadora', empregadas, profissionais, donas de casa, que davam depoimentos sobre o que era, para elas, ser mulher casada, com filhos pequenos, nos anos 90. Das muitas que eu lembro - e sobre as quais já escrevi - lembro de uma moradora de periferia que me recebeu na sua casa - uma casa de material, linda e super arrumadinha- cujo marido tinha oficina de mecânica, tipo 'fundo de quintal'. Ela me disse que seu marido a tinha proibido de trabalhar fora, mas ela, desejosa de uma atuação fora do âmbito doméstico, inventou então de fazer um trabalho voluntário 'com os pobres' ... se me lembro bem, ajudando outras mulheres a aprender a ler e escrever. Pois o que ela mais queria, mais ainda do que ter o 'dinheiro dela' (importante para tantas mulheres que falaram para mim das suas necessidades de autonomia financeira) era participar da vida pública e social. Ela que era uma mulher católica, e não tinha vínculo algum com a vida política organizada. Nessa época, vale acrescentar, eu ainda falava mais portuñol do que português, mas mesmo assim, arregacei às mangas e me joguei 'no campo', onde logo comecei a conhecer esse outro universo, que contrastava com o egoísmo e 'umbiguismo' que prevalecia no bairro de classe média em que a gente morava. Foi também nessa época que sofremos uma situação de abuso por parte da proprietária do prédio onde moráva
mos, bem nesse bairro de 'classe média típica curitibana' (notem bem as aspas, pois nas ciências humanas, sabemos que as generalizações são tanto necessárias quanto tristemente enganosas..) Essa experiência foi , para mim, uma marcante aprendizagem também, lição sobre algumas 'raízes do Brasil'... pois a proprietária e sua família (que incluía um marido bem tipo coronel que bebia muito e a quem ela detestava, embora como parceiros de negócios defendessem seus 'interesses' a unhas e dentes) vinham do interior, onde tinham sido fazendeiros; falavam dos empregados da fazenda com muita condescendência, e ao que tudo indicava, conosco, que morávamos no prédio que eles construíram para poder viver de rendas aqui na cidade, esperavam ter o mesmo tipo de relação bizarra. Bom, para encurtar a história, pelo menos por enquanto, vou contar que desatou-se um conflito por conta de um simples questionamento que lhes fizemos sobre ajuste de aluguel, que se traduziu em mudança completa comportamental dos srs: da atitude paternalista, para o assédio cotidiano (tipo de desligar a eletricidade quando estava no elevador com meus dois filhos pequenos, ou fazer uma macumba na porta da nossa casa..). As outras famílias moradoras do prédio também sofriam das arbitrariedades dos proprietários, mas quando falávamos com elas para obter um pouco de apoio (moral, antes de mais nada), diziam que a pesar de entenderem perfeitamente, 'não queriam se meter'. Daí outra vez, a gringa que eu era, que eu sou, de certa maneira, se chocou, pois nunca na minha vida tinha vivenciado essa absoluta falta de solidariedade vindo de outras pessoas adultas e que se sabiam diante de uma situação de injustiça... Bem, embora sendo uma triste introdução a uma 'cultura local' que não consegui esquecer, eu, como a pessoa otimista que sou por natureza, logo 'esqueci': a gente se mudou, e eu embora detectasse essa mentalidade em outros lugares e outros 'personagens', fui dando mais importância a outras coisas- ao nosso trabalho na UFPR, aos meus filhos que cresciam e se tornavam excelentes pessoas, aos e às jovens que eram meus alunos e alunas na universidade, cada vez mais questionadores, abertos para o mundo, críticos de discursos e práticas antigas , esses que sustentam até hoje ainda terríveis desigualdades de classe, raça e gênero e poderes simbólicos violentos e podres. Botamos nossos corações e mentes numa luta que estava nos levando para algum lado, permitindo a visão de um mundo solidário, e talvez, com sorte, ainda a sobrevivência de um planeta tão destruído e depredado pelo egoísmo e cobiça humanos....
mos, bem nesse bairro de 'classe média típica curitibana' (notem bem as aspas, pois nas ciências humanas, sabemos que as generalizações são tanto necessárias quanto tristemente enganosas..) Essa experiência foi , para mim, uma marcante aprendizagem também, lição sobre algumas 'raízes do Brasil'... pois a proprietária e sua família (que incluía um marido bem tipo coronel que bebia muito e a quem ela detestava, embora como parceiros de negócios defendessem seus 'interesses' a unhas e dentes) vinham do interior, onde tinham sido fazendeiros; falavam dos empregados da fazenda com muita condescendência, e ao que tudo indicava, conosco, que morávamos no prédio que eles construíram para poder viver de rendas aqui na cidade, esperavam ter o mesmo tipo de relação bizarra. Bom, para encurtar a história, pelo menos por enquanto, vou contar que desatou-se um conflito por conta de um simples questionamento que lhes fizemos sobre ajuste de aluguel, que se traduziu em mudança completa comportamental dos srs: da atitude paternalista, para o assédio cotidiano (tipo de desligar a eletricidade quando estava no elevador com meus dois filhos pequenos, ou fazer uma macumba na porta da nossa casa..). As outras famílias moradoras do prédio também sofriam das arbitrariedades dos proprietários, mas quando falávamos com elas para obter um pouco de apoio (moral, antes de mais nada), diziam que a pesar de entenderem perfeitamente, 'não queriam se meter'. Daí outra vez, a gringa que eu era, que eu sou, de certa maneira, se chocou, pois nunca na minha vida tinha vivenciado essa absoluta falta de solidariedade vindo de outras pessoas adultas e que se sabiam diante de uma situação de injustiça... Bem, embora sendo uma triste introdução a uma 'cultura local' que não consegui esquecer, eu, como a pessoa otimista que sou por natureza, logo 'esqueci': a gente se mudou, e eu embora detectasse essa mentalidade em outros lugares e outros 'personagens', fui dando mais importância a outras coisas- ao nosso trabalho na UFPR, aos meus filhos que cresciam e se tornavam excelentes pessoas, aos e às jovens que eram meus alunos e alunas na universidade, cada vez mais questionadores, abertos para o mundo, críticos de discursos e práticas antigas , esses que sustentam até hoje ainda terríveis desigualdades de classe, raça e gênero e poderes simbólicos violentos e podres. Botamos nossos corações e mentes numa luta que estava nos levando para algum lado, permitindo a visão de um mundo solidário, e talvez, com sorte, ainda a sobrevivência de um planeta tão destruído e depredado pelo egoísmo e cobiça humanos....
Assinar:
Postagens (Atom)
Farmers’ market (w-i-p )
Farmers’ market Though the brown bags of organic rice dwindle and cost us um olho da cara bananas are stacked in full corn...
-
[ De outra escritora curitibana, e também grande amiga, Claudia:] Sentada em minha varanda, coloco os pés sobre a balaustrada de ripas de ma...
-
XXXVI. Si fui amarga fue por la pena. El capitán gritó, “Sálvese quien pueda” y yo, sin pensarlo más, me lancé al agua, como ávida nadadora ...
-
WILD GEESE by Mary Oliver. You do not have to be good. You do not have to walk on your knees for a hundred miles through the dese...