(Acordei hoje e escrevi este poema, que na verdade é mais como um fragmento de um poema longo em que venho trabalhando - em inglês, embora por vezes há coisas que nascem em português!)
O dia
amanheceu querendo nos agradar.
Uma mulher
entoava uma música. Começou a chuva
fina.
Ressoavam as
palavras do poeta, alguém que eu já conhecia
lembrando-me
de cada gesto da manhã : a criança
que
aparece na
sacada perguntando por que seu cachorro não
voltou, o início da jornada do vendedor de bilhetes
de loteria,
a moça chegando para abrir a lanchonete.
As boias
ou a âncora.
As músicas
eram bonitas e nem do tudo
tristes. Começava a chover mais forte e descendia
das
montanhas
uma névoa fria envolvendo os
corpos dos
pés à cabeça e minhas mãos também encetavam
uma metamorfose
em veias azuis.
Uma
mulher - outra - que usava um lenço escarlate
nos cabelos
asselvajados chegou para dizer que não
havia tanto motivo
de preocupação que a letra logo
seria a nossa
The hastening day was trying to
please us.
A woman began to wail out a
tune.
There were fine threads of drizzle
falling and
the words that rang out were those
of old man,
a fine master poet calling
me to cradle
each gesture of the early
morning: the child who
came out on the balcony, asking why
his dog had not
returned from the night out, the
lady selling lottery tickets
on the streetcorner, a girl lifting
the heavy awning of a diner.
Buoys or anchors.
The songs were lovely and in fact
not so sad.
It was beginning to rain and coming down from the mountains
was a heavy fog clinging to our bodies from head to toe
and my hands too began to show
their purply veins.
A woman appeared -
another - wearing a scarlet
headscarf
over her wilding tresses. She looked me straight in the eye
as if to say there
was not such great reason for worry.
The lyrics would soon be our own.
Nenhum comentário:
Postar um comentário