domingo, 4 de abril de 2010

"Manifest Destiny"- primeira versão!

Trabalhei já na tradução do poema de Duhamel, e estou ansiosa para deixá-la à disposição d@s leitores/as que tenho por aqui. Sugestões aceitas, como sempre.
Aliás, pretendo continuar o trabalho... o livro ("Kinky") como um todo é realmente genial.

Obrigada,mais uma vez, à Sabrina Lopes, pelas correções/sugestões.

Destino Manifesto.

Nas Filipinas
as trabalhadoras das fábricas
de bonecas de moda
recebem um bônus em dinheiro
se se esterilizam. Nas esteiras,
rodam com excesso de velocidade
pedaços de corpos.
Nada a ver com o famoso episódio da tv
quando Lucy e Ethel experimentam
um dia de trabalho, botando chocolates dentro de caixas
numa linha de produção nos Estados Unidos. Elas
enchem suas bocas com uma boa parte
dos doces que vêm velozmente, dão risadas
de baba marrom quando são despedidas porque
realmente não tem importância –
Ricky e Fred têm bons empregos.
Para provar que são eles mesmos
os que devem trabalhar,
os garotos fazem uma bagunça na cozinha
da Lucy, uma panela de arroz explodindo
como um vulcão branco. As mulheres
nas Filipinas e noutros lugares ponderam
o big business, os benefícios de descontinuar
a própria linhagem. Nos seus sonhos
estas mulheres embalam úteros de Toys R Us
enquanto uma Barbie estéril, seu cabelo preso
sob um capacete de Lucite, finca a bandeira da Mattel
numa lua que pouco convence.


-Denise Duhamel, tradução: Miriam Adelman.

2 comentários:

  1. Anônimo5/06/2010

    Hum...vejo você como aquela grata "surprise", uma dádiva das Deusas... neste meio tempo livro, onde as letras encantam, encenam e reinterpretam o templo livro e na medida desmedida do cata-vento que gira livro e na esteira do livro-doce mais uma dose de livro é claro que....

    assim se começa mais um...

    "Assim era no princípio metáfora pura
    suspensa no ar
    Só bocas abertas
    Inda balbuciantes
    Querendo cantar
    Por isso que sempre no início
    A gente não sabe como começar
    Começa porque sem começo
    Sem esse pedaço não dá prá avançar
    Mas fica aquele sentimento
    Voltando no tempo faria outro som
    Porque depois de um certo tempo
    Tirando o começo até que foi bom
    Por isso, melhor ter paciência
    Pois todo o começo, começa e vai embora
    O problema é saber se já foi
    ou se ainda é começo
    Porque tem começo que às vezes demora
    Que passa um bom tempo
    Inda não está na hora
    Tem gente que nunca saiu do começo
    Mas tem esperança de ser agora
    Se todo o começo é assim
    O melhor começo é o seu fim
    Um dia ainda há de chegar
    Um meio prá não começar

    O meio (Luiz Talit)

    E neste choque causado porque bastando sua existência estendo e entendo aqui minha "piração" de te curtir de forma intensa e subversiva já que prá sê-lo tem que ter hora e lugar. A liberdade de expressar o tempo livro ou aquilo que deste tempo não me livro.

    Vai ser pouco mas será intenso... Miriam, que os bons ventos que te carregam e te trazem, impulsionem e ventilem e estravezem essa mulher que você configura. Edson dos Reis.

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