terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Poetry, the unpredictable –Diane Wakoski.

Eis aqui uma nova tradução, em primeira versão (ainda sem revisar). Gostei muito do poema -- mais simples, mais "na brincadeira" talvez. O que de vez em quando faz falta...

A poesia, a imprevisível.

Você me faz perguntas
que eu posso responder.
Não me satisfazem,
como os pacotes de semente que descansam
sobre minha mesa:
a pimenta doce da Califórnia ou o aneto gigante,
sementes que talvez nem plante, e que com certeza
tem poucas chances de prosperar na casa de
alguém que viaja, planta sementes em vasos para depois
deixar os vasos para outros cuidarem.

Meu dedo verde me excita
porque não há resposta para a pergunta de
por que algumas coisas crescem enquanto outras
não-
e minhas aulas de botânica nunca me ensinaram por que algumas plantas
têm botão e
outras não.

Vejo só que as rosas me excitam
e outras coisas vivas.
E o oceano atrás da minha porta,
do outro lado das janelas,
nestes dedos;
é este o ruído.
Eu o amo/mas de noite intimida

O desconhecido,
O misterioso,
Aqueles de nós que precisamos saber tudo
descobrimos que quanto mais conhecemos,
mais o que não conhecemos
nos excita.

A poesia?
Com certeza o mais imprevisível?
Como as rosas do proprietário
desta casa, as que as minhocas
não devoraram.


(versão: Miriam Adelman)

4 comentários:

  1. Anônimo2/18/2009

    Não conhecia a autora (nem a tradutora) Gostei. Perguntas "respondíveis" (ou responsáveis) não nos excitam. O deserto me lembrou John Fante (não pelo conteúdo, só pelo tema), gosta dele?

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  2. Anônimo2/19/2009

    Olha, agora quero conhecê-lo. Acabo de ver que a Black Sparrow Press, que publica Diane, tanmbém publicou obras dele. Fiquei curiosa, irei atrás... obrigada!

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  3. "Pergunte ao Pó" é o mais famoso. Prefiro outro: "1933 foi um ano ruim" (tempos de depressão, bem atuais...) Se tiver um tempo leia GOON tá lá no blog, postei esses dias. Depois me fala o que achou, pode?

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