terça-feira, 4 de junho de 2013

Tantas Cosas Asustan, Tantas

Eu publiquei este poema de Sandra Cisneros, poeta e romancista, uns anos atrás (escrito por ela
em espanhol), aqui neste blog (procure em baixo, quem quiser!).  Ontem brinquei de lhe fazer uma versão em português.  Acho que acertei no ritmo, mas como vocês - leitoras, leitores - sabem, sempre aceito comentários e sugestões!


Tantas Coisas Assustam, Tantas



Tantas coisas assustam. Tantas.
Os mortos e os vivos.

O que a escuridão não nos permite
e o que nos permite

Passos no pátio
assim como o silêncio

E coisas simples.
Aritmética. O aluguel.

O infinito também assusta.
Números. O céu.
Deuses que sempre foram e serão.

O que é pior?
Estar  sempre só
ou estar com alguém para sempre

E o finito aterroriza.
Nossas vidas por exemplo.

O amor assusta.
Igual a lua e os militares
E pesam muito.

Não um por um
Mas todos juntos
Como bolas de gude
numa latinha

A felicidade, pelo contrário,
é assunto diferente.
Coisa de pipas voando.

Um comentário:

  1. Ou, seria melhor terminar assim:

    "A felicidade, por outro lado,
    é assunto..."

    opinem!

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